A matemática básica é, provavelmente, o assunto mais subestimado de todo o currículo escolar. O adjetivo “básica” carrega um estigma: sugere que se trata de algo fácil, óbvio, que todos deveriam saber por terem frequentado o ensino fundamental. Por isso, a maioria das pessoas evita admitir que possui lacunas nessa área, seja por orgulho, vergonha ou por simplesmente não enxergar o quanto esse déficit impacta sua trajetória como estudante. O problema é que, à medida que o tempo passa, o aluno avança para o ensino médio e começa a enfrentar uma dificuldade anormal não só em matemática, mas também em física — e, na maior parte das vezes, o motivo não está nos assuntos novos, mas sim nas falhas do que veio antes.

Muitos passam centenas de horas estudando funções, trigonometria, polinômios, matrizes, geometria analítica… mas continuam errando questões básicas. Atribuem a culpa à dificuldade dos temas avançados, mas não percebem que, por trás de cada erro, há quase sempre uma deficiência em habilidades fundamentais como manipular expressões, resolver sistemas, fatorar expressões ou operar frações e potências com segurança mesmo — competências que deveriam ter sido desenvolvidas no estudo da matemática básica. O mesmo vale para física: mesmo após estudar mecânica, termodinâmica, ondulatória, eletricidade e magnetismo, o estudante trava na hora de aplicar os conceitos, não por falta de entendimento físico, mas por não conseguir fazer contas, reorganizar equações ou manipular expressões algébricas com autonomia. Toda essa insegurança, em grande parte, tem origem na base. Se você já tem alguma base, não se engane: esse livro não versa apenas sobre assuntos mais simples como adição de frações e propriedades da potenciação, você se surpreenderá com a quantidade de temas complexos que podem ser vistos já na base de matemática e que você nem sabia que existia, além do quão criativas são as linhas de raciocínio para resolver alguns tipos de questões que exploram conceitos de base.

Por isso, o meu trabalho ao longo de mais de um ano para escrever este livro, aliado a quase uma década de estudos levados a sério e uma vida dedicada à academia, foi muito mais do que compilar teoria e exercícios — foi, acima de tudo, criar um percurso possível, que permita ao estudante reconstruir sua base com profundidade e autonomia, mesmo depois de anos longe da escola e em tempo hábil. A Edição Definitiva foi pensada para ser, de fato, a mais completa versão de meio ideal para estudo durante essa trajetória.

Mesmo quem não pretende seguir carreira em exatas se beneficiará do livro: a base matemática é ferramenta para o raciocínio lógico, para lidar com o cotidiano e, claro, para compreender o mundo com mais clareza. Segundo relatório recente do PISA (dez/2023), sete em cada dez alunos brasileiros de 15 anos não conseguem resolver problemas matemáticos simples, como converter moedas ou comparar distâncias. Isso reflete um problema estrutural da educação brasileira, mas também serve como alerta para qualquer estudante que queira romper esse ciclo e assumir o protagonismo da própria formação. Na universidade, diferentemente do ensino médio, esse déficit cobra um preço caro: reprovações em série, frustrações e até evasão dos cursos.

Felizmente, é possível reverter esse quadro — e tudo começa com humildade: reconhecer o que falta, aceitar que não é vergonha ter dúvidas e, mais importante, dar o primeiro passo. Mais de 3.000 outros estudantes deram o primeiro passo ao comprar este livro e você está a uma decisão disso.